06 setembro 2015

Um amor verdadeiro (escrito em algum papel em meados de agosto de 2013)

Eu me lembro que há pouco mais de três anos, quando soube da sua leucemia, tive uma daquelas noites que a gente chora até pegar no sono. Eu chorava e pedia que você pudesse resistir até que eu estivesse pronta pra dizer adeus. A verdade é que, nós nunca estamos prontos pra nos despedir permanentemente de uma pessoa que amamos. De uma hora pra outra, nós temos que aceitar o fato que não poder mais dar um abraço apertado nela, ou fazê-la rir. Mas parando pra pensar, eu fui atendida. Hoje, eu estou madura o bastante pra perceber isso, pra perceber que depois desses mais de dez anos de marcapasso e últimos três de quimio, você estava cansada, e mesmo sendo teimosa querendo continuar morando sozinha e ainda indo pro forró sempre que podia, você estava cansada, e eu não podia ser egoísta em querer que lutasse para sempre, você merece ficar bem. Por esse motivo, eu não vou ficar triste pela sua partida, Vó, porque você não tinha medo, porque você sempre foi uma guerreira, porque você iria querer que eu também fosse forte. A saudade será eterna, mas eu sei que vão cuidar de você onde quer que esteja. Você me ensinou uma lição inesquecível: para uma relação perseverar, é preciso que os dois se amem igualmente, sem “eu amo mais”, sem rancor, sem esperar mais ou fazer menos do que você mesmo faria pelo outro, sem desistir. E eu vou levar esse espírito pela minha vida inteira. Obrigada por ter me apoiado sempre e sido quem você foi, descanse em paz. “Te amarei de janeiro a janeiro, até o mundo acabar.”

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