06 setembro 2015

Such a lonely day, and it's mine...

Existem coisas que você só dá valor quando perde, e existem coisas que você sempre deu valor e perde mesmo assim. Não, não é nenhuma filosofia, são coisas que acontecem todos dias. Alguns dias são simplesmente mais tristes, mesmo com aquele sol brilhando na sua janela, mesmo com as risadas do cômodo ao lado, mesmo com o sorriso mais fofo do mundo do seu cachorro para você, mas vamos começar do começo.

Algum dia de primavera de 2011, nossos corações bateram um pouco mais forte, talvez fossem os abraços, as brincadeiras, as disputas de “sou eu quem vai casar com você”, como o amor sempre acontece, de um instante para o outro, eu estava encantada por você. E você por mim. Não era complicado porque não tinha de ser. Bastava um olhar para que nos entendêssemos, até quando eu não te entendia, mas sabia o que você queria dizer. Estava tudo bem.

Não sei o que passou pela sua mente quando eu pisquei um não, nunca foi minha intenção te magoar, nem magoar os que estavam a minha volta, que também estavam encantados por mim, ou eles achavam que estavam. É uma droga ter amigos homens quando eles acham que se apaixonaram por você, só porque você está ali, acessível. Entretanto, um estava de verdade, um muito próximo nós, quer dizer, como eu poderia? Eu amava vocês dois o mais carinhosamente possível, amava tanto que poderia amarrá-los a mim só pra nunca os ver partindo. Eu amava você um pouco mais. Você sabe o que significaria estarmos juntos, não sabe? Magoá-lo tão perto, arriscar tudo o que tínhamos, era o meu mundo, não podia deixá-lo desabar. Por você valeria arriscar, mas eu não arrisquei.

Eu fui embora, e eu voltei. Você estava lindo, ainda com aquele brilho nos olhos, um pouco mais revoltado e com os mesmo abraços que poderiam curar o mundo. Ainda bem que eu quase caía toda vez que nos abraçávamos, quem poderia dizer quando eu iria te soltar? Você estava namorando e estava tudo bem para mim, o quê? Não há nada que eu deseje para você mais do que sua felicidade, eu não pretendia te trancar em um cofre longe de todas as mulheres do mundo. Ela não gostava de mim e estava tudo bem também, ainda tínhamos nossa sintonia nos tempos livres. 

Aos poucos ela foi tirando você de mim, eu percebi, não havia nada que eu pudesse fazer, você a escolheu, só cabia a mim aceitar a sua decisão. Não conseguia entender o ciúmes exagerado dela, ela não podia ver que não havia e nunca haveria nada? Sempre foi tão transparente para mim. Minha única resposta era que não cabia a mim entender, só aceitar a sua decisão.

O dia da formatura, o último dia. Eu, você e ele na sacada do espaço de eventos, sob um céu delicadamente estrelado. Eu não lembro de nada que foi dito, só lembro de me sentir a garota mais sortuda do mundo por ter vocês dois ali. Não parecia um adeus pra mim, mas eu sabia que era.

Dois ou três churrascos do nosso grupo até chegaram a me enganar que eu ainda o teria, com uma distância inevitável, mas teria. Enganada pelas minhas próprias esperanças, ela te tirou de mim como um fazendeiro reclama suas terras. Às vezes eu vejo suas fotos, você não parece mais aquele meu menino de 2011, você é todo dela. Hoje é um dia triste porque eu sonhei com você. Eu te abraçava como um adeus, você me puxou um pouco mais e disse que sentia minha falta. “Eu também sinto sua falta”, respondi. E fui embora para não voltar. Hoje é um dia triste porque eu sei que te perdi.

Não é uma história de amor, é uma história de amizade, fragmentada pelo tempo e pelas forças da natureza. “Vou passar a eternidade me perguntando se você sabia que eu estava encantada em conhecê-lo.”

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