06 setembro 2015

Sexta-feira, 20 de abril de 2015

Decidi consultar um especialista em metáforas.
Vi em sua sala um relógio preso em uma rotina cravejada de sonhos,
Um labirinto de espelhos carente de reflexos.
Como se eu não pudesse chegar até você, o tempo chega até mim, infinito, e me pede para esperar.

Sinto-me em uma viagem que sempre falta um quilômetro para acabar, doutor,
Uma casa perfeitamente mobiliada fechada para visitas.
Incoerente, devo dizer, ter olhos que enxergam melhor no escuro.

Sofro de platonismo, ele me disse.
Um diagnóstico de insanidade optar pela tortura,
Uma liberdade baseada em permanecer na torre.
Mesmo não podendo vê-lo, continuarei fiel, inerte, te amando em segredo.

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