26 março 2015

Sobre os amigos de terceirão

Já faz quase um ano e meio desde que me formei no ensino médio, o terceiro foi o melhor ano da minha vida até então. Muitas coisas ruins aconteceram, mas muitas coisas boas me ajudaram a lidar com as ruins; e apesar de toda aquela pressão para passar no vestibular, os meus amigos faziam tudo valer mais a pena. A escola em que formei, foi uma das únicas em que eu me identificava com a sala, me sentia em casa e até tinha gosto em ir pra escola, o dia da colação de grau foi muito triste, ter que me despedir deles foi muito difícil, eu tinha colegas, amigos e irmãos no meio daquela gente toda, o que me consolava era acreditar que a nossas amizades perdurariam depois que tudo acabasse. E como ficam as amizades depois que o colegial acaba?

Não ficam. Desculpe matar todas as esperanças, mas é verdade, não acontecem com todas, aquelas mais íntimas ficam de uma forma ou de outra, outras ficam, mas só se falando periodicamente e por aí vai. A amizade mesmo não fica. Não sei se são os caminhos distintos ou os laços que não eram tão fortes que somem com toda a magia, no início parece que vai ficar tudo bem, meses depois é só uma lembrança, uma lembrança maravilhosa.

Essas coisas me deixam triste porque eu odeio perder amigos, ainda mais aqueles que eu considerava minha segunda família, mas é a ordem natural das coisas, nossa vontade nem sempre é o bastante para segurar o mundo inteiro, as coisas mudam, as pessoas mudam, é preciso aceitar, e respeitar o espaço delas. Por eu ter mudado de cidade, parece que 100 Km se transformam em um abismo profundo, uma ida sem volta. O desafio é transformar a saudade em um sentimento bom, eu uso a consciência de que eu aproveitei cada segundo ao lado deles para isso, mas eu estaria mentindo se dissesse que não sinto falta, e como eu sinto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário