Meu corpo se aconchega à grama molhada sob mim, não sinto impulsos elétricos capazes de me movimentar e não há conexão entre minha mente vazia e meu coração gélido. Eu fito o céu estrelado à procura de constelações familiares em uma tentativa frustrante de me localizar no mundo, a nostalgia me preenche com pequenos flashes de memória. Quão ingênuos somos quando nascemos, nos deixamos enganar pela beleza que a natureza oferece e depois conhecemos a destruição da sociedade para com as pessoas que a compõe. Sou grata a todos os sorrisos sinceros que tiraram de mim e todos os sonhos que me permitiram sonhar. Não ressinto as dores que me causaram, eu aprendi a não senti-las, aproveito para me desculpar por ter sido fria nestes últimos anos, não havia nada que eu pudesse ou quisesse sentir. As coisas que não mudam tendem a acabar, e no fim, não realmente importa. Sobre meu corpo sem vida repousado na grama, eu construo minha própria constelação e vou em busca de um novo começo.